Por Redação PortalPortuario
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Porto de São Francisco apresenta próximos investimentos em infraestrutura que somam R$ 340 milhões. Duas importantes obras de infraestrutura, com início previsto para 2025, vão aprimorar a logística e facilitar o acesso ao Complexo Portuário da Baía da Babitonga, no Norte catarinense.
São elas, a dragagem de aprofundamento e alargamento do canal de acesso à Baía e a obra da terceira faixa da BR-280, no acesso ao Porto, que será realizada com recursos próprios do terminal portuário.
O detalhamento destas obras foi apresentado pelo presidente do Porto de São Francisco do Sul, Cleverton Vieira, durante um debate na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), nesta terça-feira, 17, em Florianópolis. O evento abordou a mobilidade urbana no entorno da BR-280, principal acesso ao Complexo Portuário.
“Até 2026, com o aprofundamento para 16 metros, os portos da Babitonga terão condições de receber navios maiores, de 366 metros, com capacidade plena”, explicou Vieira, acrescentando que a licitação já está em curso e resultado da empresa vencedora para realizar a obra será conhecido no dia 4 de julho.
Com um investimento de R$ 324 milhões, a dragagem é caracterizada por dois aspectos inéditos e inovadores. Pela primeira vez no Brasil, um porto público firma parceria com um porto privado para a realização de uma obra desta natureza.
Além disso, parte dos sedimentos retirados do mar será destinada ao engordamento de sete quilômetros da praia de Itapoá, que nos últimos anos, tem sofrido com erosão marítima.
O presidente do Porto de São Francisco também detalhou a obra da terceira faixa da BR-280, no acesso ao terminal portuário. “São R$ 12,4 milhões de recursos próprios do Porto para facilitar a chegada e saída dos caminhões”.
Num aparte no debate, o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Santa Catarina, Alysson de Andrade, parabenizou e agradeceu a diretoria do Porto por viabilizar esta obra da terceira faixa da BR-280.
Participaram também do evento o secretário estadual de Portos, Aeroportos e Ferrovias (Spaf), Ivan Amaral, e o diretor de Integração de Modais da Spaf, Lucas Sampaio Ataliba.
O evento, nesta terça-feira, 17, em Florianópolis, buscou alternativas para melhorar o tráfego no principal acesso aos portos da Baía da Babitonga.
Vieira apresentou as obras de infraestrutura realizadas no Porto de São Francisco nos últimos meses, como dragagens e abertura de novos acessos.
E apresentou o cronograma para o aprofundamento do canal de acesso da Baía da Babitonga, que começará em 2025, e que permitirá receber navios maiores nos terminais portuários de São Francisco e Itapoá.
Mostrou os mais recentes investimentos no Complexo, como o novo terminal graneleiro privado o Terminal Santa Catarina (TGSC).
Financiamento
A obra será viabilizada por meio de uma Parceria Público Privada (PPP): o porto público de São Francisco aportará R$ 24 milhões e o terminal privado Itapoá, R$ 300 milhões, investimento que será devolvido de modo parcelado até 2037, aproximadamente 10 anos após o fim da obra.
O ressarcimento do investimento de Itapoá será em cima do adicional de tarifas portuárias geradas pelo acréscimo no número de navios e pelo aumento no volume de carga movimentada, a partir da conclusão da obra de aprofundamento.
Na obra de aprofundamento do Canal de Acesso ao Complexo Portuário da Baía da Babitonga serão removidos cerca de 15 milhões de metros cúbicos de material.
Parte desses sedimentos, em torno de 6 milhões de metros cúbicos, serão utilizados para o engordamento da faixa de areia da orla do Município de Itapoá, ao lado da Baía da Babitonga.
O local, nos últimos anos, tem sofrido com erosão marítima.
Esta será a primeira vez no Brasil que os sedimentos de uma dragagem portuária terão como destino o alargamento de uma praia.
Ao invés de dispensar a areia no mar, este material de ótima qualidade será usado em benefício das praias de Itapoá, favorecendo o turismo na região.
KM 0
A ampliação do acesso ao Porto de São Francisco do Sul teve nova etapa preparatória nesta semana, com a publicação da autorização do DNIT para o terminal utilizar a faixa de domínio de trecho da BR-280. O projeto prevê terceira faixa em segmento de mil metros, nas proximidades do porto, junto à rodovia federal.
A próxima etapa será a busca de autorização do Ministério dos Portos, para uso dos recursos nas obras. O custo é estimado em R$ 12,4 milhões.
A terceira faixa é a forma encontrada para desafogar o trânsito de caminhões no segmento da BR-280 a partir do cruzamento com a SC-415. O local é tema de inquérito civil aberto pelo Ministério Público de Santa Catarina para apurar os engarrafamentos. A ferrovia de acesso ao porto também cruza a região.
O projeto da terceira faixa, em ponto que não faz parte da duplicação da BR-280, foi contratado pelo Sindicato dos Operadores Portuários de São Francisco do Sul (Sinposf).
A duplicação da BR-280 está parada no lote de São Francisco do Sul, com segmento em Araquari. A paralisação ocorreu no final de 2022, para revisão do projeto.
O DNIT pretende retomar as obras em dois trechos até o final do ano. O restante do lote, inclusive a ponte no canal do Linguado, só voltará após a elaboração de novo projeto, ainda a ser contratado.
A situação atual e as perspectivas para a BR-280 – principal acesso aos portos da Baía da Babitonga -, serão temas do encontro que a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) realiza amanhã, 17, a partir das 14h.
A reunião é uma iniciativa conjunta da Câmara de Transporte e Logística e do Conselho de Infraestrutura da Federação, e vai apresentar uma análise expedita inédita da rodovia, realizada pelo engenheiro Ricardo Saporiti, no segmento entre São Francisco do Sul e o Contorno Rodoviário de Guaramirim e Jaraguá do Sul.
O evento também contará com a participação do diretor-presidente do porto de São Francisco do Sul, Cleverton Elias Vieira. O executivo traz a perspectiva do complexo portuário, e os impactos da atual situação da BR-280 nas operações.
A reunião vai ocorrer de forma híbrida, e poderá ser acompanhada presencialmente, na sede da FIESC em Florianópolis, e também online, com transmissão pelo YouTube oficial da entidade.