Por Redacção PortalPortuario.cl
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Bruno Tavares, Presidente da Praticagem de São Paulo, diz que os práticos têm realizado os treinamentos e participado de simulações para enfrentar com segurança e excelência o desafio de receber no Porto de Santos navios de 366 metros de comprimento.
Sera?o necessa?rios, inicialmente, dois pra?ticos e quatro rebocadores para atuar na chegada dos new panamax que transportam ate? 14 mil TEUs. Até agora Santos só pode receber navios com 340 metros, que carregam a média de e 9 mil TEUs.
Tavares reforça a preocupação com a segurança e a modernidade que o trabalho envolve. “Santos e? um porto dina?mico e requer a dragagem de manutenc?a?o. Com os navios de 366 metros, na?o havera? margem para falhas. Nós nos adiantamos aos desafios e desde 2017 estamos treinando os práticos em centros de excelência, nos Estados Unidos e na França, com modelos de navios tripulados, simuladores de manobras, conversando e trocando experiências com comandantes que já manobram esses navios grandes, no caso dos de 366 metros. Adiantar-se aos desafios é muito importante”.
Segundo Tavares, as operações vão exigir um número maior de profissionais. “Precisaremos de dois práticos a bordo do navio e de mais limitações para as manobras em termos de condições meteorológicas (ventos e correntes), serão o que chamamos de manobras especiais”, alerta.
A proatividade e o treinamento feito nos EUA ganham especial atenção, principalmente por conta da tecnologia utilizada pelos práticos.
“Poucos centros de treinamento tinham esse modelo de navio em escala reduzida, que é o 366. É um modelo tripulado, diferente do simulador computacional. Nós nos deslocamos para um rio ou um lago – em geral, um lago, onde treinamos as manobras que iremos realizar no porto”, narra.
Nele, o prático embarca e as reações hidrodinâmicas são simuladas. Esse navio tem seu próprio propulsor e leme, tudo controlado pelo prático de dentro do mesmo.
“É tudo proporcional à vida real, porém em escala reduzida, diferente de um simulador virtual. Você sente os efeitos hidrodinâmicos, diferentes de um simulador de manobras, que é como se fosse um videogame de última geração”, acrescenta Tavares.
Durante as simulac?o?es de navios 366m, a Praticagem de São Paulo trabalhou com calado ma?ximo de ate? 14,20m. Com a homologac?a?o dos new panamax com 366m de comprimento para Santos, esses para?metros passam para 51m a 52m de boca. O calado ma?ximo de 14,20m tem perspectivas de chegar a 14,50m.
Tecnologia e dragagem
A inovação não para na Praticagem de São Paulo, como explica o Presidente. “Temos equipamentos que levamos para bordo, que são os PPUs (Portable Pilot Unit), que auxiliam nas manobras de navios especiais. Há ainda o C3OT (Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego), que é onde realizamos, junto com a Autoridade Portuária, o controle de tráfego e das operações dos navios. Posso dizer que, hoje, estamos bem servidos no uso de tecnologias existentes no mercado”, comenta.
Ele avalia como positiva a possibilidade de incremento na dragagem, aprofundando o canal de navegação, como outra medida que pode ser exigida pelo Governo Federal do futuro concessionário do porto.
“Sem uma dragagem em constante manutenção com aumento das profundidades, o trabalho do porto é muito prejudicado. Queremos que o Porto cresça, não pare de produzir e que seja possível otimizar cada vez mais as operações e a dinâmica do complexo. A praticagem esta? aqui para ajudar nessa avaliac?a?o. Temos sempre que fazer da melhor maneira e da forma mais segura possi?vel”, comenta.