Exportações brasileiras batem recorde em outubro apesar de tarifaço

Por Redação PortalPortuario / Agência Brasil

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As exportações do Brasil aumentaram 9,1% em outubro, em comparação com o mesmo mês de 2024, estabelecendo um recorde para o décimo mês desde o início da série histórica em 1989. O crescimento ocorreu apesar de uma forte queda de 37,9% nas vendas para os Estados Unidos, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

De acordo com o estudo, no mês passado as exportações somaram USD 31,970 bilhões e as importações totalizaram USD 25,010 bilhões, resultando em um superávit comercial de USD 6,960 bilhões.

O recuo das exportações para os Estados Unidos, afetado pelas tarifas impostas pelo governo norte-americano, levou a uma redução de 24,1% nas vendas para a América do Norte. Essa foi a única região que apresentou queda nas exportações em outubro.

O principal fator da diminuição nas vendas para a América do Norte foi a queda de 82,6% nos embarques de óleo, o que representou uma perda de US$ 500 milhões. Também houve redução nas vendas de celulose (43,9%), óleos combustíveis (37,7%) e aviões e suas peças (19,8%).

“Mesmo os produtos que não estavam sujeitos a tarifas, como o óleo combustível e a celulose, apresentaram queda”, afirmou Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC.
A queda nas exportações para os Estados Unidos foi compensada pelo aumento das vendas para outras regiões, especialmente para a Ásia, que registrou um crescimento de 21,2%, impulsionado por China (33,4%), Índia (55,5%), Singapura (29,2%) e Filipinas (22,4%).

Entre os produtos, destacaram-se os aumentos nas exportações de soja (64,5%), óleos brutos de petróleo (43%), minério de ferro (31,7%) e carne bovina (44,7%).

Na Europa, as vendas cresceram 7,6%, com destaque para o aumento dos minérios de cobre (823,6%), carne bovina (73,4%) e celulose (46,8%). Na América do Sul, houve um aumento de 12,6% graças ao impulso dos embarques de petróleo bruto (141,1%).

Segundo Brandão, as exportações brasileiras para os Estados Unidos vêm diminuindo nos últimos três meses, com queda de 16,5% em agosto, 20,3% em setembro e 37,9% em outubro.

“Temos observado taxas de variação negativa cada vez maiores em comparação com o mesmo mês do ano passado”, explicou o diretor, que também destacou que o movimento reflete não apenas os efeitos diretos das tarifas, mas também uma possível redução da demanda nos Estados Unidos.

“A principal queda em termos absolutos ocorreu no petróleo bruto, que não estava sujeito a tarifas. Isso indica que diversos fatores estão influenciando a queda das exportações para os EUA”, acrescentou Brandão.


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