Por Redacção PortalPortuario.cl
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O governador paranaense, Carlos Massa Ratinho Junior, inaugurou a obra de ampliação do cais do Porto de Paranaguá. O berço 201 foi modernizado e o cais de atracação foi prolongado em 100 metros com investimentos da empresa pública Portos do Paraná que somam R$ 201,7 milhões e vão aumentar em 140% a capacidade atual de movimentação de cargas.
Na solenidade, o governador também assinou a contratação das obras de derrocagem, para aumentar a profundidade do calado, e autorizou investimentos privados de R$ 117,7 milhões, para ampliar a exportação de açúcar do Paraná. Ele autorizou, ainda, o início do carregamento de grãos em um navio liberiano com os dois novos shiploaders instalados no berço 201.
Ratinho Junior destacou que a obra garante mais eficiência ao Porto de Paranaguá, que mesmo durante a pandemia quebrou recordes mensais de movimentação. “O aumento de capacidade é um ganho para o porto, que se consolida como um dos mais eficientes do Brasil e atende a forte produção do agronegócio paranaense, que tem crescido muito”, disse.
“A ideia é fazer com que o Porto de Paranaguá, que já é um dos maiores terminais graneleiros da América do Sul, tenha mais agilidade e eficiência para a exportação da produção paranaense”, ressaltou o governador. “Além disso, a derrocagem permite que os navios que chegam ao porto saiam mais carregados. Junto a outros projetos de modernização, como a expansão do corredor exportação de grãos, vamos ampliar a capacidade dos próximos 30 anos, para atender a demanda de crescimento do agronegócio brasileiro”, afirmou.
Em oito meses, entre janeiro e agosto deste ano, 11,15 milhões de toneladas de soja foram embarcadas pelo Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá, volume 5,1% superior à soja escoada em todo o ano de 2019. Até o mês de julho, foram exportadas 21,8 milhões de toneladas de produtos pelo terminal, um aumento de 14% com relação ao mesmo período do ano passado.
A ampliação do cais de atracação permite que o Porto de Paranaguá receba navios maiores, que comportem até 80 mil toneladas de carga bruta, na categoria Post Panamax, de grande porte. Além do Paraná, a obra beneficia a exportação agrícola dos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e também do Paraguai.
O berço 201 recebeu, ainda, nova estrutura eletromecânica, incluindo dois novos carregadores de navios de 2.000 toneladas/hora. Com isso, a capacidade anual de movimentação passará dos atuais 2 milhões de toneladas de grãos para 6 milhões de toneladas de grãos por ano.
O aumento de capacidade do sistema significa mais competitividade frente a outros portos, explicou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “Investimentos como a extensão do berço, que amplia a capacidade de carga, garantem que as empresas que aqui operam ganhem em qualidade e preço competitivo”, disse.
“A competição entre os portos é muito forte. Estamos a 200 quilômetros dos portos de Santa Catarina e a 400 quilômetros de Santos. Se não for mais competitivo operar por Paranaguá, as empresas migram para outros portos, por isso é necessário investimento constante”, salientou Garcia.
O governador assinou o contrato e a Ordem de Serviço para as obras de derrocamento submarino do maciço rochoso conhecido como Pedra da Palangana. A remoção do material permitirá o aprofundamento do canal de acesso para até 14,60 metros. Com isso, o porto paranaense garante maior segurança na navegação, o que evita acidentes e aumenta a competitividade.
A obra, que deve iniciar em quatro meses, será totalmente custeada pela Portos do Paraná, que investe R$ 23,2 milhões nos serviços. O ganho estimado é de 1 metro de profundidade, o equivalente a mais 7 mil toneladas de granéis ou 120 contêineres extras por navio.
Para o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, os investimentos no porto fazem parte de um pacote que atende os diferentes ramais logísticos do Estado. “O nosso compromisso para manter a competitividade da produção paranaense é fazer com que as cargas cheguem ao porto com custos reduzidos, resultado de uma logística eficiente em todos os níveis, incluindo os ramais rodoviários e ferroviário”, explicou o secretário, destacando a ampliação do Anel de Integração e do traçado da Ferroeste, que serão feitos nos próximos anos.
Ratinho Junior assinou, ainda, a autorização para que a empresa PASA – Paraná Operações Portuárias realize investimentos de R$ 117,7 milhões em seu complexo no porto. O Ordem de Serviço tem como base a renovação do contrato de arrendamento que foi aditado no final de agosto.
O contrato é válido até 2049 e prevê um aumento na capacidade do terminal, que passará de 3,6 milhões de toneladas/ano, para 6,7 milhões de toneladas/ano. Para isso, serão instalados de novos equipamentos e um novo armazém será construído.
Na primeira fase, que deve ser concluída até fevereiro de 2022, a PASA irá construir uma nova linha de embarque e instalar um novo shiploader, para movimentar até 2,5 mil toneladas/hora. Já a segunda fase, até fevereiro de 2023, prevê a edificação de um novo armazém para a armazenagem de 60 mil toneladas de açúcar ou de 45 mil toneladas de outros granéis sólidos.
“Isso vai ampliar nossa capacidade de exportação de açúcar para 7 milhões de toneladas por ano, tornando o Porto de Paranaguá um grande terminal exportador de açúcar e de outros produtos”, afirmou Miguel Rubens Tranin, diretor-presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), cujas as empresas associadas utilizam o terminal.
De acordo com ele, houve um aumento de 20% na produção de açúcar nesta safra em comparação com a anterior, com cerca de 2 milhões de toneladas de açúcar, sendo que 80% foi exportado pelo Porto de Paranaguá. “O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e responde por 50% do que é comercializado em todo o mundo, abastecendo mercados como o Oriente Médio, Rússia e China”, destacou.