APS mostra projeto de hidrogênio verde e de segurança com uso de drones

Por Redação PortalPortuario

@PortalPortuario


O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, diretores e técnicos concederam entrevista coletiva à Imprensa na manhã desta segunda-feira (4/9), na sede da Companhia, quando abordaram diversos temas de interesse da comunidade portuária e da população regional.

Foram anunciados estudos para a produção de hidrogênio verde a partir da energia já produzida pela Usina de Itatinga e ainda medidas de segurança com o uso de drones.

Logo no início, o presidente abordou questões de infraestrutura, que considera obrigação básica da APS. Por tópicos, segue o resumo por tema abordado:

O atual contrato de dragagem para manutenção dos 15 metros de profundidade vence em 2024. Há a possibilidade de renovação ou de novo contrato. Isso porque, em parceria com especialistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a APS estuda novos critérios de mensuração dos serviços que sejam mais vantajosos para o Porto. Quanto ao aprofundamento do canal de navegação para 16 e depois 17 metros, a Unicamp também estuda modelo de uma Parceria Público Privada (PPP), que permita serviços de maior durabilidade com uma concessão de longo prazo. Pomini ressaltou que há o compromisso de começar ano que vem as obras de aprofundamento para 16 metros.

Nesta terça-feira (5/9) serão entregues duas pistas recuperadas pela APS na Alemoa, na perimetral da margem direita, o que aliviará o antigo problema de acesso naquela região. Mas Pomini lembrou que a solução definitiva só virá com um novo viaduto, a ser construído pela Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), em compromisso firmado entre a APS e a Prefeitura de Santos e o Governo do Estado.

O presidente da APS lembrou que herdou orçamento aprovado pela gestão anterior que não previa obras de maior porte naquele trecho da perimetral. “Por isso, a diretora de Administração e Finanças, Bernadette Bacelar, em parceria com o nosso Jurídico, estuda uma solução para usar os recursos que temos em caixa para estas obras, mas em caráter emergencial, uma vez que, a princípio, só poderíamos utilizar verba prevista especificada em orçamento aprovado ano passado”.

Já para as obras da Perimetral da margem esquerda, em Guarujá, o presidente está otimista porque os recursos para tais serviços foram incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. “O edital sai em 2024, e, com verba do PAC, vamos tocar a obra”, disse o presidente.

Quanto ao túnel Santos-Guarujá, Pomini destacou que o projeto, atualizado com as prefeituras das duas cidades e a comunidade regional, não terá desapropriações, ao contrário do antigo, que foi divulgado pelo Governo do Estado em evento em Guarujá.

Agora, todas as propostas serão concluídas numa modelagem jurídica (que considera a possibilidade de uma PPP após o início das obras pelo Governo Federal) para então serem enviadas para aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).

A gestão da APS informou que o Porto de Santos recebe mais de 5 milhões de contêineres por ano em terminais privados, que têm sua capacidade atual calculada como suficiente até 2030. Mesmo assim, projetos de expansão, tanto da BTP como da Santos-Brasil, estão para ser aprovados nas esferas competentes, que são o Ministério de Portos e Aeroportos e o Tribunal de Contas da União (TCU).

O novo formato do STS 10 será objeto de reunião na APS após o feriado de 7 de setembro, de forma a definir um modelo que atenda às necessidades de manutenção do Ecoporto, com espaço para abrigar navios de cruzeiro – já que o Concais será transferido para perto do Parque Valongo – e também de expansão da BTP, que já recebeu parecer favorável nesse sentido da Autoridade Portuária. O que se busca é um consenso que atenda a todos os interesses envolvidos.

Pomini destacou a liberação da área da Marimex para a implantação da pera ferroviária; a expectativa de transferência do Concais daqui a 3 anos; a implantação, pelo Grupo Triunfo, no Largo Santa Rita, de 16 berços de atracação, cujos processos ainda tramitam nos poderes concedentes.

São medidas, segundo o presidente, que afastam discurso irreal de que Porto de Santos não está preparado para expansão. “Hoje, temos capacidade para chegar até 2030. E com as medidas em andamento vamos duplicar nossa capacidade de contêineres”, afirmou.

O fato do Porto de Santos ser o único no mundo que tem sua própria usina hidrelétrica, possibilitou a APS considerar a possibilidade de gerar energia a partir do hidrogênio verde, produzido via eletrólise da água com energia de fontes renováveis.

A partir de instalação de um eletrolisador, junto à Usina de Itatinga, a APS teria condições de produzir o hidrogênio verde com a água abundante que tem à disposição, depois armazená-lo, transportá-lo por vários modais, inclusive dutos, até os consumidores, que seriam os terminais portuários, navios acostados no cais, além de empresas, indústrias e moradias da região. Há também a possibilidade de exportar o excedente.

O elevado custo para a produção do hidrogênio verde, na maioria dos projetos, seria minimizado no caso da APS pela existência da Usina Hidrelétrica de Itatinga, com potência instalada de 15 megawatts/hora, informou o presidente quando questionado pela Imprensa. “Já temos a energia elétrica gerada sem queima de CO2”, comemorou.

A Toyota do Brasil também manifestou interesse em fazer parceria com Porto de Santos para viabilizar o hidrogênio verde, informou o superintendente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho, Sidney Aranha.

Outra novidade abordada na coletiva foi a utilização de drones com recurso de visão infravermelha para combater atividades ilegais no Porto de Santos. A APS anunciou ainda projetos para criar um sistema anti-drones clandestinos, além de drones com câmeras térmicas.

Outro avanço tecnológico será viabilizar o VTMIS (da sigla em inglês Vessel Traffic Management Information System). No momento, a APS submete ao Jurídico a contratação de uma fundação e de um gerente especializado para o sistema, que otimizará as operações portuárias com o compartilhamento de dados online. Serão instaladas câmeras com transponders em cinco locais distintos, de modo a cobrir todo o Porto Organizado, além do cais da Usiminas e da VLI.


Compartir
Tambien te puede interesar


Translate »