Por Redação PortalPortuario
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A Wilson Sons recebeu aprovação da Agência Brasileira do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para realizar os primeiros testes de utilização de óleo vegetal hidrotratado (HVO) no setor marítimo brasileiro, tendo como parceiras a Efen e a Porto do Açu.
Para substituir o diesel marítimo, a Efen importará o HVO, também conhecido como diesel renovável ou diesel verde, que será testado em rebocadores da Wilson Sons na unidade marítima do Açu, em São João da Barra (Rio de Janeiro). A operação de movimentação de líquidos será realizada no Terminal de Granéis Líquidos do Açu (TLA), da Vast Infraestrutura.
“Após o período de testes, esperamos expandir a distribuição de HVO para navios de apoio a plataformas (PSV) e outras embarcações de apoio offshore no Porto do Açu, incentivando a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na cadeia de fornecimento de petróleo e gás, ” disse o CEO da Efen, Rafael Pinheiro.
O estudo do diesel verde no Açu inclui testes de eficiência, avaliação dos efeitos nos processos de manutenção e redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). O diesel verde pode reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em mais de 80% ao longo de todo o seu ciclo de vida.
“Nossa agenda de descarbonização não inclui apenas a construção de rebocadores mais eficientes, mas também a redução do impacto ambiental de nossa frota de mais de 80 embarcações. Neste contexto, o HVO surge como uma solução promissora, pois é um combustível de substituição que não exige nenhuma adaptação em nossos equipamentos, o que representa uma opção importante para a indústria de apoio portuário”, comentou Marcio Castro, diretor executivo da divisão de Rebocagem da Wilson Sons.
Embora o setor marítimo já seja considerado o menos poluente por tonelada de carga por quilômetro percorrido, respondendo por apenas 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, ele ainda desempenha um papel importante. A estratégia da Organização Marítima Internacional (OMI) estabelece uma meta de emissões líquidas zero de GEE do transporte marítimo internacional até 2050, o que pode ser acelerado com HVO.
“Queremos promover projetos de transição energética em setores com altas emissões, como o transporte marítimo. No futuro, poderemos instalar usinas de HVO e outras instalações para combustíveis de baixo carbono”, disse Eugenio Figueiredo, gerente geral do Porto do Açu.
A Vast e a Wilson Sons também assinaram recentemente um Memorando de Entendimento (MoU) para testar o uso de biocombustíveis no rebocador da Wilson Sons que opera no T-Oil, terminal de petróleo da Vast no Porto do Açu. O acordo visa desenvolver e oferecer serviços de infraestrutura logística para ajudar a reduzir a intensidade de carbono das operações de ambas as empresas.
A Vast está explorando a possibilidade de usar a estrutura do tanque TLA, que ainda não foi construída, para armazenar e adicionar biocomponentes aos combustíveis marítimos e capturar líquidos que não estão planejados atualmente para o Terminal.
“O TLA fornecerá a infraestrutura necessária para dar suporte ao uso extensivo de biocombustíveis, como HVO, e servirá como um centro para armazenar e manusear uma ampla gama de líquidos, como combustíveis claros, lubrificantes, etanol e produtos químicos. Os acordos também consolidar nossa posição estratégica na cadeia logística do Brasil e nosso papel relevante na descarbonização do setor marítimo”, afirma Eduardo Goulart, diretor comercial da Vast Infraestrutura.