Golfinhos e navios: projeto da TCP monitora cetáceos na Baía de Paranaguá

Por Redação PortalPortuario

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Cercada pela Serra do Mar e pela Mata Atlântica, a Baía de Paranaguá é reconhecida tanto pela sua relevância econômica quanto pela riqueza ambiental. Por onde circularam mais de 60 milhões de toneladas de cargas em 2024, o tráfego intenso de navios divide espaço com uma biodiversidade que precisa ser preservada.

Entre os principais indicadores da saúde desse ecossistema estão os golfinhos — animais de topo de cadeia, sem predadores naturais, e altamente sensíveis a alterações no ambiente. Acompanhá-los de perto é essencial para avaliar a qualidade da Baía de Paranaguá e os possíveis impactos da atividade portuária.

Com esse objetivo, desde 2012 a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, desenvolve o Programa de Monitoramento de Cetáceos, Quelônios e Bancos de Gramíneas. De 2016 a 2024, a iniciativa registrou mais de 46 mil avistamentos de golfinhos na região, conforme os padrões de deslocamento.

“Há 13 anos mantemos essa atividade porque entendemos que, além de atender a uma exigência ambiental, ela é essencial para garantir a convivência harmoniosa entre a atividade portuária e o meio ambiente. Também se tornou uma oportunidade valiosa de produzir conhecimento científico sobre a biodiversidade da Baía de Paranaguá”, destaca Kayo Zaiats, gerente de Meio Ambiente da TCP.

O boto-cinza, espécie mais comum na Baía de Paranaguá, está classificado como “quase ameaçado” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), “vulnerável” na lista brasileira e “em perigo” na lista estadual do Paraná. Essa condição reforça a necessidade do monitoramento contínuo da espécie e de seu habitat.

Executada pela empresa de consultoria ambiental Acquaplan, a iniciativa analisa comportamentos, interações e a influência de fatores como o ruído subaquático sobre os animais, fornecendo subsídios para que o desenvolvimento portuário caminhe lado a lado com a conservação ambiental. Entre os principais comportamentos observados estão pesca, descanso, socialização e deslocamento – sendo este último o mais frequente em 2024.

Ao longo dos anos, os registros revelaram descobertas importantes: no inverno, por exemplo, costuma haver maior concentração de indivíduos, possivelmente pela abundância de presas e pela menor competição por recursos. Também foi observado que os botos utilizam as estruturas portuárias — como o casco dos navios — para cercar cardumes, estratégia que facilita a captura de peixes.

Segundo especialistas, esses animais funcionam como bioindicadores ambientais: variações em sua presença ou comportamento podem sinalizar mudanças na qualidade do ecossistema.

Por isso, além da observação científica, a TCP também investe em ações de educação ambiental e diálogo com as comunidades locais, especialmente pescadores, que convivem diariamente com a presença dos golfinhos. Projetos como o Troca Solidária incentivam o descarte correto de resíduos, e também buscam conscientizar e envolver a população na preservação marinha.

“Com mais de uma década de atuação, a iniciativa se consolida como referência na região. Ela alia ciência, responsabilidade socioambiental e operação portuária, reafirmando o compromisso da TCP em desenvolver suas atividades de forma sustentável e integrada ao ecossistema da Baía de Paranaguá.”, finaliza Zaiats.


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