Por Redação PortalPortuario
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Locomotivas com baixo consumo de combustível, adaptadas às condições climáticas brasileiras, com nível de emissões reduzido, projetadas para carregar toneladas e mais toneladas de carga mesmo em trechos íngremes ou curvas acentuadas. Essas são as principais características da dúzia de equipamentos entregues nesta sexta-feira (5), em Contagem (MG), para operação na Ferrovia Centro Atlântica S.A., a FCA.
“Tenho 42 anos de vida com ferrovias. Comecei aos treze anos ainda como office boy e construí minha carreira, minha vida profissional neste ramo. É uma alegria muito grande fazer parte disso, porque sei que é um trabalho que atravessa o Brasil”, expõe Renato Moreno, gerente industrial.
“Essas máquinas já têm uma pegada de sustentabilidade muito forte. São capazes de reduzir as emissões em 20% em comparação com outros equipamentos e, apesar de terem mais potência, elas podem trabalhar inclusive com biodiesel. Isso é o que a gente deseja: ampliar a política pública de sustentabilidade para um modal que já é muito sustentável”, explicou o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, durante a cerimônia de inauguração do lote pela empresa responsável do trecho, a VLI S.A.
A Ferrovia Centro Atlântica é a maior do país, atravessando sete estados. Com investimento de cerca de R$300 milhões por parte da administradora, as locomotivas atenderão à crescente demanda de carga de grãos, açúcar, fertilizante e outros produtos, escoados principalmente entre Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
“Esse ativo, apesar de ter sido comprado pela VLI, ele é um ativo nacional, ele pertence à nação brasileira”, relatou Fábio Marchiori, CEO interino e diretor de Finanças, Supply Chain e Serviços da VLI.
Integração valiosa
O corredor Centro-Sudeste é um sistema logístico essencial para os fluxos de importação e de exportação, conectado ao Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita, o Tiplam, localizado em Santos (SP). A estrutura do corredor inclui dois terminais integradores, em Uberaba (MG) e Guará (SP), onde é feito o transbordo da carga para o sistema ferroviário.
“Essa é a missão que o presidente Lula deu pra gente, junto ao ministro Renan: aumentar o volume de carga transportada em trens no Brasil. Ou seja, aumentar a participação do modal ferroviário, e isso só é possível fazer quando a gente trabalha com união de esforços”, ponderou Santoro. “Com a entrega de locomotivas para a concessão da FCA, entendemos que poderemos ter uma operação ferroviária mais eficiente, com maior velocidade comercial, e com isso trazer demanda de usuários para a ferrovia, aumentando a capacidade operacional. O Brasil vai entrando nos trilhos”, completou o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro.
Também participaram da cerimônia o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o diretor geral substituto da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Sampaio, a prefeita de Contagem (MG), Marília Campos, entre demais representantes da VLI e autoridades locais.
Avanço tecnológico
Adquiridas junto à Wabtec Brasil, as locomotivas ES43BBi são do tipo heavy-haul, projetadas para garantir o máximo desempenho mesmo em rampas íngremes, túneis apertados ou vias com curvas acentuadas. O modelo tem baixo custo de ciclo de vida, longos períodos entre revisões e dispõe, ainda, de uma preparação para integração com soluções de software, com potencial de aumentar ainda mais a eficiência e a segurança, otimizando a condução dos trens.
Com a concretização deste negócio, a VLI acumula a aquisição de 23 locomotivas em um período de pouco mais de um ano, com investimentos que ultrapassam R$ 500 milhões. Em março, a companhia anunciou a aquisição de oito novos modelos, também fabricados no Brasil, com previsão de entrega para o final de 2025.