Por Redacção PortalPortuario.cl
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O ministro da Infraestrutura do Brasil, Tarcísio Gomes de Freitas, inaugurou 3 obras no Porto de Santos que somam R$ 601 milhões em investimentos. Os aportes envolveram a construção de uma terceira linha férrea entre os bairros do Valongo e Paquetá, pela Portofer; um píer de atracação para navios de granéis líquidos na Ilha Barnabé, pela Ageo Norte; e obras de ampliação e modernização do Tecon, pela Santos Brasil. Encerrando a agenda, o ministro acompanhou o primeiro embarque de celulose pelo terminal da Bracell, leiloado em agosto de 2020.
“Toda vez que venho aqui fico otimista com Santos e com o Brasil. São R$ 3,2 bilhões em investimentos em contratos vigentes, e estamos inaugurando hoje R$ 600 milhões. Quero parabenizar a SPA, que está fazendo um excelente trabalho. Os resultados mudaram expressivamente na Companhia. Estamos otimistas com o futuro de Santos. Acabamos de fazer road shows na Europa e Ásia e a desestatização de Santos foi um dos assuntos mais comentados. Quero garantir que todos os arrendamentos serão respeitados e serão feitos investimentos com redução de tarifa [com a autoridade portuária privada]”, disse o ministro.
O diretor-presidente da Santos Port Authority (SPA), Fernando Biral, destacou que a transformação para consolidar um novo momento da história do Porto é um compromisso da atual gestão que se torna realidade com a viabilização de iniciativas como essas. “Junto com o setor privado, estamos inovando e estabelecendo as bases para novos parâmetros de desempenho operacional que distinguirão o Porto de Santos pela sua infraestrutura e eficiência”, afirmou Biral, destacando que Santos se tornou um canteiro de obras.
“Outros R$ 6 bilhões estão por vir nos próximos anos”, completou, referindo-se a desembolsos originários de leilões de arrendamento e na Ferrovia Interna do Porto (FIPS).
Terceira linha férrea
Construída pela Rumo, acionista da Portofer, no período de janeiro a agosto deste ano, a obra envolveu recursos no valor de R$ 23 milhões. Foram instalados 1.962 metros de novos trilhos que funcionarão como apoio às manobras de vagões vazios, liberando as duas linhas férreas restantes.
Essa intervenção aumentará a eficiência na passagem de trens que chegam ao Porto para descarregar nos terminais de grãos e celulose instalados na margem direita, em Santos. Com isso, a capacidade das linhas praticamente dobrou, além de propiciar maior segurança para os pedestres e motoristas, em razão da construção de um muro ao longo da linha que segrega o fluxo ferroviário dos demais.
A terceira linha tem fundamental importância para o Porto e para toda a cadeia logística do setor, uma vez que aumentará a eficiência das operações ferroviárias, tanto em relação aos terminais de granéis sólidos de origem vegetal situados na margem direita do Porto de Santos – dos quais a movimentação pelo modal ferroviário se situa em torno de 70% da movimentação e com projeção para atingir 80% em meados de 2027 – quanto para os terminais de celulose em fase de implantação (STS 14 e 14A), cujas projeções de fluxo pelo modal ferroviário ultrapassam 90% do volume a ser movimentado pelo terminal.
Além disso, o Plano Mestre do Porto de Santos, publicado pelo Ministério da Infraestrutura em 2019, indicou que a taxa de saturação das vias férreas internas da margem direita estava em 87%, à época muito próxima ao limite de capacidade, o que inviabilizaria qualquer aumento do fluxo ferroviário com destinos aos terminais do Porto.
Tecon (Santos Brasil) – As obras no Tecon envolveram investimentos de R$ 450 milhões na extensão e aprofundamento do cais, concluindo a primeira fase do projeto de ampliação e modernização do terminal. O empreendimento agrega mais 400 mil TEU/ano (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) à capacidade do terminal, elevando-a para 2,4 milhões de TEU/ano.
Iniciadas em 2019, ampliaram o cais em 220 metros, totalizando 1.510 metros, e incluíram o aprofundamento e reforço da estrutura para instalação de 1.090 metros de trilhos para novos portêineres de última geração, com capacidade para movimentar até 100 toneladas.
A Santos Brasil também adquiriu 30 reboques e 30 terminal tractors para movimentação de cargas no pátio do terminal e investiu em inovações tecnológicas que viabilizam maior utilização da inteligência artificial no planejamento e operação do terminal. No total, a Santos Brasil investirá R$ 1,5 bilhão, em valores atualizados até 2031, na ampliação e modernização do Tecon. A segunda fase do investimento começará em janeiro de 2022 e envolverá R$ 400 milhões em modernizações no pátio, devendo levar dois anos.
Com esse empreendimento, o Tecon Santos terá capacidade para receber, simultaneamente, até 3 navios New Panamax, de 366 metros de extensão, as maiores embarcações previstas para operar no Porto de Santos. A SPA obteve junto à Marinha do Brasil a homologação para operação dessas embarcações em fevereiro deste ano.
Cais da Ageo
As obras do novo píer da Ilha Barnabé foram realizadas pelo terminal da Ageo Norte e tiveram início em junho de 2020. O empreendimento agrega mais um berço de atracação para granéis líquidos no Porto de Santos, com profundidade de 15 metros e capacidade para 80.000 DWT. A obra envolveu recursos da ordem de R$ 128 milhões, aumentando a capacidade de atracação para essa modalidade de cargas e viabilizando níveis e performances de atracação em granéis líquidos equivalentes às melhores práticas e desempenhos existentes nos demais portos das Américas e Europa.
A Ageo Norte é o primeiro dos 3 terminais do grupo no Porto de Santos. Localizados na Ilha Barnabé, na margem esquerda, os terminais da Ageo têm acesso marítimo e rodoviário. Atendem aos mercados de exportação e importação de produtos químicos, petroquímicos, combustíveis, etanol, corrosivos, especialidades, farmacêuticos, cosméticos e alimentícios. Juntos, somam capacidade instalada para armazenar 510 milhões de litros de granéis líquidos.
Primeiro embarque de celulose pela Bracell – Empresa realizou primeiro embarque dos fardos de celulose no terminal STS 14A, arrematado em leilão realizado em agosto de 2020. O navio carregado com 58 mil toneladas vai partir com destino à China.
Com a conclusão da expansão da capacidade de produção de celulose produzida na nova fábrica em Lençóis Paulista (SP), a Bracell passou a demandar uma complexa operação logística. A carga é transportada da fábrica até o Terminal Intermodal de Pederneiras (SP) em caminhões. Lá, a celulose é carregada em vagões que percorrem cerca de 510 km pela ferrovia até chegar ao Porto de Santos.
A Bracell já iniciou as obras definitivas do terminal STS 14A, mas, enquanto não terminam, construiu estrutura temporária para garantir a operação. Está investindo R$ 300 milhões no projeto, dos quais R$ 35 milhões foram destinados para obras de acesso (ramal e linha férrea, que são definitivos) e R$ 5 milhões na instalação temporária, composta por um galpão com 16 mil m² com capacidade de armazenagem para 30 mil toneladas. A estrutura temporária é o maior galpão lonado do Brasil, com 383 metros de comprimento.
Entre os benefícios da operação, estão a movimentação da economia local e regional, a geração de empregos na cidade de Santos e nas cidades por onde passa todo trajeto logístico da operação. Segundo a empresa, as operações em Santos geram aproximadamente 553 empregos diretos e terceirizados.