Por Redação PortalPortuario
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Existe uma enorme janela de oportunidades para um aumento significativo na movimentação de algodão pelo Porto de Salvador, acredita Grégoire Nègre, cotton trader do ECOM Agroindustrial Corp. Ltd. Ele falou sobre a experiência da empresa no uso do terminal portuário durante o X Seminário de Logística. “Não temos uma outra opção tão boa quanto Salvador para dar conta disso”, acredita. Segundo ele, em 2021, a empresa movimentou, entre os meses de junho e outubro, por Salvador 158 contêineres, chegando a 774 em 2022 e agora, em 2023, já registrou 1590.
A empresa é uma das cinco líderes mundiais no mercado de algodão e líder global na movimentação de cacau e café. O executivo diz que o Porto de Santos sempre será um importante canal de saída para a commoditie agrícola, mas ressalta que por lá já se opera muito perto da capacidade máxima – ao contrário do que se vê em Salvador.
Ele destaca o aumento na capacidade de preparação do algodão para a exportação, através de um processo chamado de estufagem. O grupo Wilson Sons deve passar dos atuais 17 contêineres por dia para 35. Ele destaca projeções do setor de que o país, atual segundo maior exportador mundial, deve tomar o primeiro lugar dos Estados Unidos em, no máximo, cinco anos.
A empresa instalou em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia, uma área com capacidade para a armazenagem de mais de 300 mil fardos de algodão. No período de safra, são movimentados cerca de 100 mil fardos, diz. “O problema é que até recentemente quase nada era exportado aqui pelo Porto de Salvador”, comenta. Grégoire Nègre destacou a sofisticação do produtor rural brasileiro.
“Em todo o mundo, nós oferecemos os serviços de nossos agrônomos aos produtores, mas aqui os produtores já possuem um nível técnico tão elevado, que mudamos o nosso modo de atuação e passamos a focar em serviços financeiros”, explica. “Nós já negociamos com os produtores brasileiros os preços da safra de 2025, posso garantir que é o único mercado do mundo em que você verá isso”, diz.