Por Redação PortalPortuario
@PortalPortuario

Para manter a eficiência na produtividade e atender ao crescimento do volume de cargas movimentadas, a Portonave investe R$ 439 milhões em novos equipamentos. A aquisição contempla dois guindastes Ship-to-Shore (STS) destinados a fazer o embarque e desembarque de contêineres nos navios, 14 guindastes Rubber Tyred Gantry (RTG), que realizam a movimentação no pátio, uma Reach Stacker, empilhadeira de grande porte elétricos, além de dois Scanners.
A aquisição de equipamentos 100% elétricos reforça o compromisso da Portonave com a descarbonização, uma vez que os equipamentos contribuirão na redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Terminal. A previsão é que os Scanners estejam disponíveis para uso até junho deste ano, e os demais equipamentos entrem em operação em 2026.
O investimento nos equipamentos foi realizado dentro do regime tributário chamado Reporto, que incentiva o desenvolvimento e a modernização dos portos nacionais. Criado por lei em 2004, o Reporto garante isenção de tributos federais para que empresas dos setores portuário e ferroviário possam adquirir seus equipamentos sem ter de recolher os tributos de importação, como o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), o Imposto de Importação (II), a contribuição PIS e a Cofins-Importação.
Guindastes de cais
Adquiridos junto à fabricante chinesa Shanghai Zhenhua Heavy Industries (ZPMC), os guindastes movimentam cargas de até 100 toneladas a uma altura de 55 metros e têm capacidade para operar nos maiores navios em circulação atualmente no mundo, com 400 metros de comprimento e 61 metros de boca (largura), e possuem alcance de lança de até 25 fileiras de contêineres. Os novos STSs serão os primeiros desse porte no Brasil.
Outros recursos dos equipamentos vão tornar a operação mais eficiente. Entre eles, câmeras distribuídas pela estrutura para auxiliar a visão do operador, sensores de segurança que rastreiam eventuais obstáculos para evitar colisão durante o empilhamento das unidades e um sistema por laser que indica o local onde as carretas devem ficar posicionadas sob o equipamento, o que torna o ambiente de elevação das cargas mais seguro, porque dispensa a circulação de pessoas no solo.
Equipamentos de pátio
Os 14 novos RTGs podem movimentar 41 toneladas e empilhar até sete unidades de contêineres de altura. Os equipamentos são elétricos e alimentados por baterias que trabalharão em conjunto com o sistema de eletrificação presente no pátio do Terminal e que atendem os demais RTGs existentes, que foram eletrificados em 2016.
Os equipamentos vêm com recursos modernos e eficientes para facilitar o manuseio, oferecem segurança e mais rapidez na manutenção. Ao levantar o contêiner, o operador é informado por meio de uma tela sobre o peso da unidade. Além disso, há sensores de segurança que evitam colisão durante o empilhamento e traslado, frenagem de emergência na elevação e controle eletrônico de balanço de carga. Outro avanço é a lubrificação que ocorre de forma automática. Assim o sistema evita o excesso de exposição de profissionais na operação, o que dá mais segurança e economia de tempo. Os RTGs são da marca Konecranes, fabricados na Finlândia e montados na China.
Outro equipamento de pátio adquirido é a Reach Stacker e também será a primeira 100% elétrica a operar no Brasil. A nova máquina tem capacidade de empilhar seis contêineres de até 45 toneladas. A bateria opera por até oito horas ininterruptas, com 75 minutos de carregamento, e é equipada com sistema eficiente que oferece segurança sem comprometer a produtividade. As Reach Stackers usam câmeras que acusam presença de pedestres, radar que identifica obstáculos para evitar colisão e até bafômetro que o operador precisa fazer para que o equipamento possa ser ligado.
Em 2022, a Portonave adquiriu a primeira Reach Stacker ecológica da América Latina e foi o primeiro terminal do Sul do Brasil a adotar um Terminal Tractor (TT) 100% elétrico. Além disso, a Companhia já tem 318 placas solares espalhadas pela empresa.
Os dois novos Scanners, aparelhos usados para inspecionar contêineres previamente designados pela Receita Federal, são fabricados pela empresa brasileira VMI Security e operam integrados ao sistema aduaneiro do Terminal. Com a aquisição, os procedimentos serão otimizados e darão mais segurança aos processos de análise e vistoria de cargas feitos pela Receita. O órgão conta também com uso de inteligência artificial na avaliação de mercadorias e laudo de inspeção.
Além dos equipamentos, uma moderna estrutura está em construção para que os aparelhos possam ser instalados de forma que fiquem protegidos de condições climáticas adversas e que facilite a manutenção.
Com as novas aquisições, a Portonave terá no total 8 STSs, 32 RTGs, 7 Reach Stackers e 4 Scanners para inspeção de cargas, 4 empilhadeiras de contêineres vazios e 45 Terminal Tractors.
Obra do Cais
Em janeiro de 2024, a Portonave iniciou a Obra de Adequação do Cais, um investimento para receber navios maiores – 400m de comprimento e 17m de profundidade do rio – e a instalação de equipamento modernos, que atendam a essa nova classe de embarcação. A intervenção está dividida em duas fases. Enquanto um lado do cais está em obras (450m), no outro as operações são realizadas normalmente, sem interrupções das atividades.
A conclusão da primeira fase está prevista para julho deste ano, enquanto a obra total está prevista para o primeiro semestre de 2026.