Por Redacção PortalPortuario.cl
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A produção de transporte ferroviário, medida em tonelada quilômetro útil (TKU), apresentou um salto de 30,1% na comparação de março de 2021 com o mesmo período do ano passado. Foi registrado aumento por todas as concessões ferroviárias do país, e na totalidade dos setores analisados.
As informações foram apresentadas pelas concessionárias ferroviárias à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por meio do Sistema de Acompanhamento e Fiscalização do Transporte Ferroviário (SAFF), e constam também em balanço do setor produzido pela Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF), que representa as concessionárias ferroviárias brasileiras, com exceção da Ferroeste.
De acordo com a associação, as ferrovias do país foram responsáveis pelo transporte, neste ano, de mais de 15% do volume total registrado em 2020. Na comparação entre março de 2021 com o mesmo período de 2020, o maior crescimento ocorreu no total de toneladas transportadas de granéis agrícolas (+53%), combustíveis (+ 42%) e granéis minerais (+ 24,6%).
No setor de minério de ferro, contribuíram de forma significativa para a alta do mês de março as concessões da Vale na Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da MRS Logística. Já o bom desempenho do setor de granéis agrícolas se deve em grande parte às concessões da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), Rumo Malha Norte (RMN), Rumo Malha Paulista (RMP) e Rumo Malha Sul (RMS), bem como à subconcessão da Ferrovia Norte Sul (FNS) no Tramo Norte.
Além disso, a ANTT ressalta já ter havido transporte na Rumo Malha Central (RMC), licitada em julho de 2019 e cujo início das operações estava previsto apenas para julho de 2021. O empreendimento, contudo, entrou em atividades em março, antecipando em quatro meses o começo de seu uso para escoamento da produção. Conforme balanço da Associação Nacional de Transportes Ferroviários (ANTF), já no primeiro mês de trabalhos, a RMC alcançou 224.251.896 TKU.
Do ponto de vista da ANTT, considerando as altas recentes no preço de commodities, as ferrovias brasileiras têm contribuído com o escoamento dessas mercadorias, tornando-se alternativa de menor custo logístico, sobretudo para grandes distâncias. E tudo isso em um cenário econômico bastante adverso.
Segundo a ANTF, na comparação com fevereiro, o volume de carga geral transportado pelas ferrovias registrou crescimento de 29%. Em relação à medição da TKU, a alta é de 11,82%. Conforme a associação, pesa para esses índices o fato de o país ter entrado, em março, no pico da safra agrícola – o que demonstra a força do transporte ferroviário no escoamento da produção agrícola em todo o Brasil.
Essa também é a avaliação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas: “Temos uma revolução ferroviária em curso. O governo tem investido para melhorar a infraestrutura logística ao agronegócio e vivenciaremos um ‘boom’ ferroviário no país, que vai ajudar a agilizar e baratear o escoamento da produção das diversas cadeias do setor”.
Os desempenhos mais expressivos em março para a produção de transporte, em comparação ao mês anterior, foram de soja e farelo (51%), produtos siderúrgicos (14%), combustíveis (9%) e minério de ferro (3,7%), além de açúcar e celulose (3% para ambos). O transporte do carvão mineral, contudo, sofreu baixa de 7%.
Quanto ao transporte do minério de ferro, o aumento é ainda mais significativo na comparação com o primeiro trimestre de 2020: de 15%.
O balanço da Associação Nacional de Transportes Ferroviários registra ainda que a produção de transporte de carga geral do país teve alta de 41,2% em março deste ano, quando comparado ao mesmo mês de 2020.
Em pouco mais de dois anos, o Ministério da Infraestrutura já assegurou mais de R$ 31 bilhões de investimentos contratados para as ferrovias nacionais. O valor foi alcançado em abril, após o leilão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). A vencedora da concorrência, Bahia Mineração S/A (Bamin), injetará mais de R$ 3,3 bilhões no empreendimento, sendo R$ 1,6 bilhão para a conclusão das obras.
Em 2019, o leilão da Ferrovia Norte-Sul garantiu os primeiros R$ 2,7 bilhões de investimentos no setor. Ao longo de 2020, o Ministério da Infraestrutura viabilizou renovações antecipadas de contrato com a Rumo, pela Malha Paulista, com mais R$ 5,7 bi, e com a Vale – R$ 8,2 bi pela Estrada de Ferro Carajás (EFC) e R$ 8,8 bi com a Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM).
Além disso, o dispositivo de “investimento cruzado” permitiu que parte da outorga pela EFVM fosse utilizada para injetar R$ 2,7 bi na implementação da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), entre Mato Grosso e Goiás.
A meta, agora, é avançar nas obras dos trechos 2 e 3 da Fiol, bem como da Fico, além de dar andamento à concessão da Ferrogrão (EF-170), em trecho com mais de 900km de extensão, entre o município de Sinop (MT) e o Porto de Muritituba (PA).