Por Redacção PortalPortuario.cl
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No berço 202 do Porto de Paranaguá, o navio Lady Lilly realiza uma operação inédita de embarque de gergelim em sacas. O produto nacional, que segue para exportação, é estivado direto nos cinco porões da embarcação.
Em média, cada espaço vai levar cerca de 4 mil toneladas da semente, totalizando um embarque de 20 mil toneladas que têm como destino a Guatemala. Até então, a semente já era exportada pelo terminal paranaense, mas somente em contêineres
A falta de contêineres no mundo todo fez com que os exportadores e importadores buscassem diferentes soluções. O navio atracou por volta do meio-dia desta quarta-feira (3). A previsão é que a operação seja concluída na próxima semana. Os responsáveis pela carga – tanto da importação quanto da exportação – vieram a Paranaguá para acompanhar de perto a operação.
O diretor empresarial da Portos do Paraná, André Pioli, explica que o ineditismo está exatamente nesse embarque direto no porão do navio, em uma modalidade conhecida como carga geral. “Isso demonstra que o Porto de Paranaguá é um porto eficiente nos diversos tipos de carga, que tem capacidade de operar na importação e exportação. Com a escassez no mercado dos contêineres, os navios de carga geral voltam a procurar Paranaguá como opção eficiente ao serviço”, afirma Pioli.
“Esse gergelim vai de Paranaguá para a Guatemala onde será manufaturado e distribuído para o mundo. Na nossa conversa, eles demonstraram buscar no Paraná, além de uma opção de transporte, também a instalação de uma unidade para a manufatura do produto”, disse o diretor.
Ainda segundo o Pioli, o município de Paranaguá, por já oferecer a área portuária, seria uma boa opção. “Estaria perto do porto, seria fácil para embarcar e distribuir a carga manufaturada para o mundo inteiro”, comenta. “Essa visita dos donos da carga pode trazer muitas coisas boas à nossa região”, completa.
Suhel Turjman, da empresa guatemalteca Semillas Universalles, confirma a possibilidade de a empresa instalar uma unidade no Paraná para processar o produto e diz que isso pode acontecer em breve. “É uma possibilidade, sim. A gente acredita que o Paraná é atualmente uma excelente opção logística”, disse, destacando a organização e eficiência do porto de Paranaguá.
No país da América Central, o gergelim será processado antes de ser novamente exportado. Até lá, serão 20 dias de viagem, se a navegação for pelo Canal do Panamá.
Como explicaTurjman, o gergelim embarcado nos portos paranaenses terá como destino as padarias de países como Estados Unidos e outros da Europa, Oriente Médio e América do Sul. “Provavelmente vai vir a parar no pão de hambúrguer do seu sanduíche”, diz.
O gergelim, como item alimentício, não pode ter contato com produtos químicos. Além disso, pelo volume, ocupa o dobro de espaço que outras mercadorias ensacadas.