Por Redacção PortalPortuario.cl
@PortalPortuario
A gestão portuária é complexa e envolve múltiplos atores e processos. Anteriormente controlado por meio de várias planilhas utilizadas para monitorar cada etapa do fluxo operacional, esse gerenciamento vem se modernizando no Porto do Itaqui.
De 2017 para cá foram incorporados softwares para promover a integração dos setores de programação, planejamento e controle das operações portuárias. Um dos resultados dessa inovação foi alcançado agora em 2020, com o registro do Sistema Integrado de Monitoramento (SIM) do Porto do Itaqui, desenvolvido pela equipe da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
“É um orgulho grande para nós termos esse primeiro programa pensado e desenvolvido para os nossos clientes, uma solução desenhada pela área de Operação da EMAP para gerar mais eficiência e segurança, além de possibilitar o monitoramento de todas as nossas atividades”, afirma o diretor do Operações e Planejamento do Porto do Itaqui, Jailson Luz.
Válido por 50 anos, o registro de programa de computador concedido ao SIM pelo INPI atesta a propriedade dessa tecnologia concebida pela EMAP, fruto do trabalho de uma equipe multidisciplinar formada pelos funcionários Alexandre dos Santos, Fabrício de Lima, Marco Aurélio Mendes e Mário Sergio Trovão.
“Sou muito grato pela confiança que a empresa teve no meu trabalho e tenho orgulho de fazer parte desse projeto, trazendo meus conhecimentos em programação para a elaboração do código-fonte”, afirma o analista Fabrício.
“Além do módulo de operação registrado no INPI, o projeto contempla os módulos de indicadores operacionais, gestão do planejamento, da segurança, de projetos, da manutenção e um aplicativo para acessar todas essas informações”, explica o coordenador de Soluções Integradas, Alexandre Sá.
“O SIM é uma solução que veio para melhorar os processos operacionais, integrar e facilitar a comunicação entre os setores de forma rápida, gerando dados confiáveis”, completa o gerente de Manutenção, Marco Aurélio.
A trajetória vitoriosa dessa solução, assim como ocorre em quase toda tecnologia que rompe padrões estabelecidos, enfrentou certa desconfiança. “O ponto-chave para vencermos essa insegurança inicial em relação à mudança foi demonstrar de forma muito clara que o sistema forneceria dados irrefutáveis para a tomada de decisões da empresa”, destaca o analista de Soluções Integradas, Mário Sérgio.
Além do SIM, a EMAP vem investindo em outras ferramentas tecnológicas, como o Terminal Operating System Plus (TOS+), plataforma com a função de atender à solicitação de alfandegamento da Receita Federal, coletar dados e fornecer informações sobre as operações portuárias, eliminando possíveis gargalos e otimizando processos. O sistema começou a ser implantado em 2017 e desde então vem integrando os setores que compõem o processo operacional do Itaqui, incluindo agências marítimas, despachantes aduaneiros, operadores portuários, transportadores rodoviários e importadores de graneis sólidos.
A partir do uso da plataforma foi preciso buscar recursos mais específicos para transformar dados em informações visuais e de fácil interpretação, bem como registros das ações. Então a equipe de planejamento desenvolveu o SIM, ferramenta que utiliza as informações do TOS+, convertendo os dados em imagens e facilitando a tomada de decisões.
A rede de monitoramento do Porto do Itaqui, além do TOS+ e do SIM, conta com um Centro de Controle Operacional (CCO) equipado com videowall de oito telas integradas ao sistema de gestão portuária para garantir a segurança no tráfego de navios e cargas, contribuindo também para o aumento da produtividade do porto. Quanto mais informações claras e confiáveis a tecnologia puder oferecer, melhor são trabalhados indicadores como volumes movimentados por navios, cálculos de produtividade, períodos de operação, controle de paradas e respectivas causas, taxas de ocupação de berços, tempo de navios em fila, dentre outros aspectos.
Além disso, a integração ao Eletronic Data Interchange (EDI) padroniza a troca eletrônica de dados, evita digitação manual (o que reduz o tempo de processamento de informações), otimiza as horas trabalhadas da equipe, assegura a confiabilidade dos relatórios gerados e permite que os analistas se dediquem a efetuar análises das informações e, caso necessário, planos de ação para eliminação de possíveis gargalos operacionais.
A busca por novas tecnologias para melhorar a gestão operacional é um processo contínuo na EMAP. “Estamos constantemente revisando e desenvolvendo procedimentos internos e nesse momento a equipe está finalizando o módulo de agendamento e gestão de contêineres e cargas gerais, um simulador das capacidades e fluxos rodoviários, ferroviários e aquaviários para as cargas que chegam ou saem do porto”, informa o gerente de Logística, Hibernon Marinho.
O setor também vem trabalhando no projeto de reconfiguração e modernização das portarias de acesso Norte e Sul e preparando a automatização e futura divulgação em tempo real do line-up do Itaqui. O SIM não é um produto fechado, exemplo disso é que estão sendo desenvolvidos novos módulos para integrar além da operação, outras áreas ao sistema, como manutenção, engenharia, segurança portuária, planejamento estratégico e assim por diante.